Demis Roussos - Goodbye My Love Goodbye
0 Comments Published by Carlos Silva on 18 de março de 2008 at 17:06.
Era imprescindível que começasse a minha contribuição neste blog, com esta magnífica criação, do não menos incrível cantor grego Demis Roussos.
Goodbye My Love Goodbye dá o mote a um videoclip sublime, a vários níveis. Falar sobre a riqueza estilística e artística desta criação, é quase um prazer. Digo quase, porque apesar da beleza inerente a este pedaço imprescindível de música popular mundial, ele apresenta algumas lacunas. Mas sobre isso falaremos mais tarde. Comecemos por apresentar algumas das suas características essenciais.
Primeiro que tudo, é de realçar a separação do tecido argumentativo do videoclip. Existem duas localidades abordadas, sendo uma um concerto do artista, e outra, completamente diferente, centrando-se numa estação de comboios. É esta segunda localização que alimenta a beleza e sensibilidade de todo o videoclip, levando-nos a viajar e a descobrir o estado psicológico do protagonista.
Refira-se que a técnica do Playback, era, nos saudosos anos 70, ainda uma ciência por descobrir. Só assim se justifica o esforço (de louvar) do artista em prolongar ao máximo as suas entoações artísticas, ao mesmo tempo que demonstra algum sofrimento com a situação criada.
Este sofrimento agudiza-se a partir de um movimento oscilante da sua mão direita, que raras vezes permanece calma e ou harmoniosa. A mão de Demis Roussos é a repercussão do seu sentir, que está turbulento e caótico. O artista é uma montanha russa de estímulos visuais, desde a sua mão incontrolavelmente bela, até a um peito saudavelmente robusto de pelos, passando por um olhar agonizante (parece distante mas não é, até porque a sua amada está prestes a partir [ou não?]).
De referir a qualidade inegável do realizador do videoclip. O seu esforço canaliza-se principalmente nas sucessivas tentativas de acompanhar o sofrimento do protagonista (leia-se, as suas mãos), ao mesmo tempo que procura enquadrar o peito robusto e musculado do mesmo, para assim realçar a beleza extasiante de um momento único na história musical popular mundial.
O videoclip é também, um manuscrito inegável da audácia dos envolvidos. Só assim se explica a total ausência de planificação do mesmo, na medida em que surgem vários pedestres (ditos figurantes) que não fazem a mínima noção que o estão a ser. Assim surgem indivíduos a andar de um lado para o outro, centralizados na sua própria vida, mas que não deixam de sentir curiosidade pela câmara que teimosamente os parece focar. Um pormenor magnífico, vanguardista. Mas não tanto como a heroicidade do protagonista.
O protagonista, num acumular de emoções e sensações despedaçantes, decide arriscar. É um aventureiro, o senhor Demis Roussos. Só assim se justifica estar a cantar tão apaixonadamente, e com tamanha demonstração de sensibilidade, no meio do carril dos comboios.
Uma última palavra para o fantástico penteado de Demis Roussos. Sobre isso não há muito mais a dizer. Muito bonito mesmo.
Meus amigos, falarei agora das lacunas, que comprometem o resultado final desta experiência única.
Ficamos sem saber quem é o amor de Demis Roussos. Ficamos sem conhecer a sua cara metade, a sua inspiração, a legitimidade que alimenta aquelas mãos oscilantes, dementes em movimento e em razão.
Quem é que faz sofrer tão desalmadamente este protagonista heróico? Já partiu no comboio? E há quanto tempo? E porque é que o protagonista a mandou embora? É ele que vai no comboio ou ela? A certa altura as dúvidas são demasiadamente frustrantes para nos deixar em paz, ou para nos permitir perceber completamente esta epopeia de Demis Roussos.
Se não fosse isto, seria uma viagem irrepreensível. Assim sendo, deixa-nos um pequeno sabor agridoce. O que não é impeditivo, no entanto, de guardamos eternamente no nosso coração esta criação artística notável.
Goodbye My Love Goodbye dá o mote a um videoclip sublime, a vários níveis. Falar sobre a riqueza estilística e artística desta criação, é quase um prazer. Digo quase, porque apesar da beleza inerente a este pedaço imprescindível de música popular mundial, ele apresenta algumas lacunas. Mas sobre isso falaremos mais tarde. Comecemos por apresentar algumas das suas características essenciais.
Primeiro que tudo, é de realçar a separação do tecido argumentativo do videoclip. Existem duas localidades abordadas, sendo uma um concerto do artista, e outra, completamente diferente, centrando-se numa estação de comboios. É esta segunda localização que alimenta a beleza e sensibilidade de todo o videoclip, levando-nos a viajar e a descobrir o estado psicológico do protagonista.
Refira-se que a técnica do Playback, era, nos saudosos anos 70, ainda uma ciência por descobrir. Só assim se justifica o esforço (de louvar) do artista em prolongar ao máximo as suas entoações artísticas, ao mesmo tempo que demonstra algum sofrimento com a situação criada.
Este sofrimento agudiza-se a partir de um movimento oscilante da sua mão direita, que raras vezes permanece calma e ou harmoniosa. A mão de Demis Roussos é a repercussão do seu sentir, que está turbulento e caótico. O artista é uma montanha russa de estímulos visuais, desde a sua mão incontrolavelmente bela, até a um peito saudavelmente robusto de pelos, passando por um olhar agonizante (parece distante mas não é, até porque a sua amada está prestes a partir [ou não?]).
De referir a qualidade inegável do realizador do videoclip. O seu esforço canaliza-se principalmente nas sucessivas tentativas de acompanhar o sofrimento do protagonista (leia-se, as suas mãos), ao mesmo tempo que procura enquadrar o peito robusto e musculado do mesmo, para assim realçar a beleza extasiante de um momento único na história musical popular mundial.
O videoclip é também, um manuscrito inegável da audácia dos envolvidos. Só assim se explica a total ausência de planificação do mesmo, na medida em que surgem vários pedestres (ditos figurantes) que não fazem a mínima noção que o estão a ser. Assim surgem indivíduos a andar de um lado para o outro, centralizados na sua própria vida, mas que não deixam de sentir curiosidade pela câmara que teimosamente os parece focar. Um pormenor magnífico, vanguardista. Mas não tanto como a heroicidade do protagonista.
O protagonista, num acumular de emoções e sensações despedaçantes, decide arriscar. É um aventureiro, o senhor Demis Roussos. Só assim se justifica estar a cantar tão apaixonadamente, e com tamanha demonstração de sensibilidade, no meio do carril dos comboios.
Uma última palavra para o fantástico penteado de Demis Roussos. Sobre isso não há muito mais a dizer. Muito bonito mesmo.
Meus amigos, falarei agora das lacunas, que comprometem o resultado final desta experiência única.
Ficamos sem saber quem é o amor de Demis Roussos. Ficamos sem conhecer a sua cara metade, a sua inspiração, a legitimidade que alimenta aquelas mãos oscilantes, dementes em movimento e em razão.
Quem é que faz sofrer tão desalmadamente este protagonista heróico? Já partiu no comboio? E há quanto tempo? E porque é que o protagonista a mandou embora? É ele que vai no comboio ou ela? A certa altura as dúvidas são demasiadamente frustrantes para nos deixar em paz, ou para nos permitir perceber completamente esta epopeia de Demis Roussos.
Se não fosse isto, seria uma viagem irrepreensível. Assim sendo, deixa-nos um pequeno sabor agridoce. O que não é impeditivo, no entanto, de guardamos eternamente no nosso coração esta criação artística notável.
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