Chama-me , ou telefona-me. Se se tratar da senhora professora do videoclip, certamente o pedido será tido em grande conta e estima.
Mas dissequemos um bocadinho toda a estrutura fantástica desta nobre criação artística. Desde já terá que ser sublinhado o pormenor da especificidade da aula leccionada.
Meus amigos e amigas, esta aula não é uma aula qualquer de aeróbica. Aqui só entram raparigas que queiram exercitar convenientemente o corpo, sem limites e ou amarras físicas. E de preferência (ou melhor, obrigatoriedade) que sejam boas.
Não duvido que a inscrição de homens em centros de fitness e/ou ginásios tenha evoluído de maneira extremamente positiva, especialmente no que diz respeito às aulas de aeróbica, depois desta experiência.
A aeróbica tinha deixado de ser uma coisa para panascas, ou para mulheres que não estão para andar a andar de bicicleta ou a dar sopapos no ar enquanto dançam ao som de música de inegável qualidade. Não, a aeróbica, como aliás se pode ver, é o paraíso do homem enquanto ser físico, com as suas preocupações relativas ao planeamento familiar.
E que dizer do risinho constante do jovem, e dos seus movimentos (de aeróbica claro!) que acompanham o exercitar físico das suas colegas de aula (as quais seguem uma professora inovadora, estilística e fitnessmente falando).
Eu iria até mais longe, ao dizer que me apercebi de uma certa tensão naquela sala de aula. Há muito suor, muitas mãozinhas eloquentes, o que se torna natural no entanto, perante um stress diário decorrente do trabalho.
A certa altura parece-me que naquela sala, já não existem limites. Quer para a aeróbica, que parece voar para horizontes nunca antes estimulados, quer para os participantes, que num espírito sagaz de culminar ginasta, fazem trinta por uma linha para perder uns quilinhos.
Nunca, em algum momento, o videoclip perde o seu rumo argumentativo (aliás, ele encontra-se vincado logo a partir do momento em que os protagonistas se começam a mexer).
Mas a pergunta que eu deixo é unicamente esta. O que faz aquele senhor ali no meio de tanta mulherada? Tem uma espécie de pacto secreto com o staff do ginásio? É presidente de alguma grande firma? Enganou-se na sala de exercícios? São pormenores que parecem irrisórios, mas que podem conseguir atormentar durante o visionamento do videoclip.
Mas, com professoras como estas, a trabalhar para objectivos mais nobres e educativos, em contexto Estado e em escolas públicas, certamente que a taxa de insucesso e abandono escolar passaria a tornar-se uma miragem. Pelo menos no que diz respeito às aulas de Educação Física.
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